15 de set. de 2010

"Foi um acidente", diz Boris Casoy ao relembrar polêmica declaração sobre garis

Em dezembro de 2009, Boris Casoy (foto), âncora do "Jornal da Noite", da Band, fez um polêmico comentário sobre garis durante o programa. Na época, o telejornal exibiu uma chamada que continha a imagem de garis desejando boas festas aos espectadores. Sem saber que o áudio estava sendo transmitido, o jornalista disse: "Que merda: dois lixeiros desejando felicidades do alto da suas vassouras. O mais baixo na escala do trabalho".

O comentário foi considerado de mau gosto e preconceituoso. Casoy desculpou-se ao vivo, mas mesmo assim foi processado, juntamente com a emissora, por associações de classe e também, individualmente, por trabalhadores do ramo. Até o momento, Casoy e a Band foram inocentados dos processos. Em entrevista concedida à revista IMPRENSA para a edição de setembro, o âncora falou abertamente, pela primeira vez, sobre o caso.

Veja, a seguir, alguns trechos dessa conversa.

IMPRENSA - No início do ano, houve aquele episódio do comentário sobre os garis, do áudio que vazou... isso é um lado ruim de poder expressar a opinião?
Boris Casoy - Isso é um acidente. Não foi uma opinião emitida com a televisão no ar. Para mim, estava desligado. Outra coisa: foi uma brincadeira de mau gosto. Ontem eu falei para um sujeito que me cobrou a esse respeito se ele nunca tinha contado piada de português. Eu não tenho nada contra gari, sou uma pessoa muito acessível e isso projetou para as pessoas uma imagem exatamente oposta ao que eu penso. Gostaria até de colocar como foi o incidente. Foi uma falha técnica, e o computador central não sabia o que fazer. Já estava fora do âmbito do estúdio, em outro âmbito na emissora e o computador abriu o microfone da pessoa que estava do meu lado, não foi o meu. Por que eu falei aquilo, que foi uma estupidez... Se você pegar a gravação, você vai ver que teve um porquê. Está na internet. Ao vivo, eu falo, "veja a seguir". E aí entra um pequeno trecho do sorteio da Sena, falando de tantos milhões. E logo em seguida, vem o gari. Eu achei aquilo uma gafe fazer essa contraposição. Aí fechou, o pessoal dá risada. Eu virei e falei: "Que merda, um gari...". Eu estava tirando um sarro de quem teve a infelicidade de editar...e aquilo foi pro ar. Eu não ia dar essa explicação, ninguém me pediu. No dia seguinte, eu não sabia que tinha vazado, fiquei sabendo mais pra frente. Não sabia o que tinha vazado, se não, tinha pedido desculpas na hora, mas fiquei sabendo mais pra frente. No switcher não apareceu, por causa dessa complicação do computador, as pessoas do switcher não ouviram. Depois eu pedi desculpas, enfim.

IMPRENSA - Você estava emitindo uma opinião sobre a edição...?
Casoy - Eu nem posso dizer que era opinião porque era uma brincadeira, uma coisa jocosa, uma brincadeira entre amigos. Como as pessoas fazem sempre.

IMPRENSA - E por causa da visibilidade que você tem...
Casoy - Foi pra internet, infelizmente projetou uma imagem que é o oposto da minha imagem pessoal.

IMPRENSA - A visibilidade da TV tem eu lado negro?
Casoy - Não, você tem que se acostumar, porque você é uma imagem pública, uma hora é cruel, outra hora você não é, uma hora você é isso, aquilo...

IMPRENSA - Por causa dessa questão da opinião, você é estigmatizado?
Casoy - Tem gente que acha que eu sou um homem de extrema direita... Eu critico todas as ditaduras, mas todas as ditaduras. Tem gente que não se conforma, mas eu vou continuar criticando todas as ditaduras. Eu falo algumas verdades sobre o processo de guerrilha brasileira, que não se enfrentou o governo militar para democratizar o Brasil, como eles falam... A guerrilha começou antes do regime militar e era para criar o regime comunista, de diversos matizes... Eu vivo dizendo essas coisas. E as pessoas, especialmente o pessoal mais radical, me odeia

Por Pamela Forti/Especial TV 60 anos

Fonte: Portal Imprensa

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