19 de fev. de 2011

Entrevista: Juliana Soares

Para comemorar 30 mil acessos e mais um ano de sucesso. A partir de hoje, você confere aqui no blog, uma série de entrevistas com os principais profissionais da televisão catarinense. Para essa estréia, eu entrevistei a jornalista Juliana Soares (foto). Ela está há quatro anos na RICTV Record e na Rádio Univali de Itajaí. Nascida em Itaqui no Rio Grande do Sul, a gaúcha cursou jornalismo na Universidade de Cruz Alta – Unicruz.

DM: Quando descobriu que queria ser jornalista?
JS:
Acho que a gente nasce para fazer o que faz. Eu sempre fui uma criança que imitava as propagandas, adorava televisão. Essa telinha sempre me atraiu muito e apesar de eu ser jornalista, eu amo TV. Não pelo possível status, mas pela magia de transformar uma história. A televisão te ganha por uma boa narração, um bom texto e uma boa edição. Tudo isso é mágico. Mas é claro que não é tudo. Pois eu escolhi essa profissão para poder dar voz a dor, decepções, angústias e desejos das pessoas. Foi a maneira que eu encontrei de ajudar os outros sem ter rotina. Todo o dia é uma interrogação na minha vida. Não sei com quem vou conversar, que cena vou presenciar, que texto vou escrever e que história vou poder contar. É adrenalina pura!

DM: Sua família foi contra sua escolha?
JS: Contra não seria a palavra certa. Mas minha mãe sempre desejou que eu fosse bailarina profissional, na época fazia ballet e até dança do Folclore Gaúcho. Meu pai preferia que eu seguisse uma área que pudesse me dar mais estabilidade, como direito, por exemplo, mas apesar da minha escolha, nunca me desmotivaram.

DM: Como foi sua experiência no Rio Grande do Sul?
JS:
Indispensável. Foi lá que conheci o jornalismo, como ele realmente é. E tive a certeza que me apaixonei por uma profissão que me fascina diariamente. Já na época da faculdade tive a oportunidade de ingressar no maior grupo de Comunicação do Estado - RBSTV como estagiária. Mais tarde entrei como freelancer e depois fui efetivada no grupo. Uma experiência única, já que na época esse era o sonho de 90% dos estudantes de jornalismo do estado. Na RBSTV, coloquei em prática o que aprendi na faculdade e tive a chance de descobrir o que só a rotina te possibilita. Aprendi edição de imagem, texto, postura em bancada, apresentação de programas. A rotina te envolvia em todas as áreas. Proporcionando um conhecimento pleno. Produzi matérias locais, para a rede em todos os telejornais, emplaquei matérias nacionais. Uma verdadeira escola, com mestres inesquecíveis.

DM: Então, você já trabalhou na RBSTV. Como foi?
JS:
Foi um período muito rico da minha vida profissional. Quando fui contratada como freelancer, foi para cobrir a licença maternidade de uma colega. Ela apresentava o “Bom Dia Rio Grande” local e o “Globo Esporte”. Assumi essas duas funções e mais a parte de reportagem esportiva. Mais tarde, ganhei a chance de entrar na bancada do “Jornal do Almoço”. Dividindo o programa com a jornalista Carla Fachim. Um pouco antes de deixar a empresa, fui convidada para assumir a bancada do “RBS Notícias”, na cidade de Santa Cruz. Um novo desafio, já que o jornal naquela cidade era o que tinha maior audiência e estava sem um âncora fixo. Mudei de cidade e aceitei o desafio. Uma cidade nova, colonizada por alemães e muito bairrista. Foi um período de adaptação e aceitação de ambas as partes. Eu e telespectador, mas para o meu currículo e experiência profissional e pessoal foi excelente.

DM: Durante esses anos de jornalismo, qual foi sua maior gafe?
JS: Precisa contar (risos)?

DM: Com certeza, essa é a melhor parte!
JS:
Vamos lá. Isso faz parte da vida de qualquer um. Pelo menos eu espero. Tenho algumas que até hoje me fazem rir sozinha. A primeira foi quando fui fazer a matéria em um velório de um jovem que foi assassinado na região Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. Quando cheguei para falar com o pai. E naquela pilha, perguntei se estava tudo bem, foi cruel (risos)! A segunda, foi na sede da RBSTV Cruz Alta. Precisava entrevistar um deputado ao vivo no estúdio e ele chegou com um assessor. Foi para o camarim e eu fiquei conversando com o acompanhante. Ou pelo menos tentei. Perguntei um monte de coisa e nada do assessor responder. Já estava ficando de cara. Foi quando o deputado entrou e me disse que ele era surdo e mudo (risos) Imagina a minha situação, ou melhor, nem tentem imaginar. Acho que essas duas já está bom para começo de carreira.

DM: Atualmente, você faz parte de uma equipe que trabalha com o jornalismo factual, mas e você: que tipos de reportagem você prefere?
JS:
Para mim toda matéria é única. Mas cada um tem uma tendência. Por isso curto fazer reportagens de variedades, especiais, séries de comportamento. Um tipo de produção que me permite criar, ousar.

DM: E para o futuro, o que você ainda deseja dessa profissão?
JS:
Desejo ainda mais possibilidades. Hoje o jornalismo caminha junto com a tecnologia. E tem dias que fico passada em pensar no que ainda está por vir. Mas desejo que apesar disso a nossa profissão não perca esse lado humano. De contato diário com as pessoas. De uma boa conversa, de um olhar crítico para situações que possam parecer banais, mas que se trabalhadas podem render uma bela matéria. Além disso, desejo que essa profissão tenha sempre lugar para os que realmente amam fazer jornalismo.

Vídeo


DM: Para encerrar esse nosso bate-papo, mande uma mensagem para os leitores do blog sobre o jornalismo?
JS: Sabe aquele ditado, se conselho fosse bom a gente vendia e não dava. Mas o que sempre gosto de comentar com os meus colegas e até mesmo estudantes da área. É que nessa profissão, você precisa ter Paixão! Não pode ter preguiça, pois você é jornalista 24 horas. Não existe jornalista, seis horas por dia. Se você pensa nisso, esqueça. E tem mais, não entre nela pensando no dinheiro e sim no que você pode fazer pelo outro. Como em qualquer área você precisa gostar do que faz, para fazer bem feito. Essa coisa que você precisa ler livros, assistir TV, saber de tudo não é preciso ficar aqui falando para vocês. Acho que isso é fundamental para o nosso trabalho. A melhor mensagem para um jornalista ou futuro profissional é: tenha loucura por essa rotina. Pois ela te proporciona, sensações, lágrimas, angústias e satisfações impressionantes. É ótimo você ouvir de alguém: que legal aquela matéria, você me ajudou muito! Às vezes você pode mudar a vida de alguém e transformar a sua com uma reportagem. Isso é o que eu tenho á dizer aos meus colegas. Já aos que não são da área: o meu muito obrigada!

4 comentários:

  1. Muito legal a entrevista
    quero ver outras hein
    :D

    ResponderExcluir
  2. Anônimo19.2.11

    Parabéns por mais uma inovação.
    Muito boa entrevista.
    Abraços

    ResponderExcluir
  3. Se existe uma pessoa que é um exemplo de profissional, essa pessoa é a Juliana Soares. Tenho muito orgulho de trabalhar com ela.

    ResponderExcluir
  4. Juliana Soares22.2.11

    Douglas, colega e amigo querido.
    Obrigada pelo convite e pelas palavras de carinho.
    Adorei participar desta tua nova proposta.
    E não esqueça de mim, qnd estiver lá....
    Um super beijo e todo o meu carinho.

    ResponderExcluir